“Só existimos quando fazemos. Quando não fazemos, somente duramos”.
É isso o que tem me incomodado ultimamente. Sinto que tenho muito a fazer. Sinto que não estou fazendo nada. Sinto que estou apenas durando, deixando de existir.
Apenas durar é morrer. É sufocar o último sopro de vida que resta em mim. É apenas deixar que o meu corpo cumpra as suas funções biológicas.
Estou cansado de repetir. Eu repito e me repito. Estou cansado da rotina diária, do cotidiano. Estou farto de tudo o que me convém.
Dentro de mim, cresce o desejo. Eu, que me julgo estéril, sou terra fértil, e um dia ainda vou me surpreender com os frutos que eu der.